Fini Renegade Beatrix: a vaca que produz 100 litros de leite por dia
22 de agosto, 2022
A principal exposição do setor leiteiro da América Latina, o Agroleite, foi realizada – na última semana – em Castro (PR), a “Capital Nacional do Leite”. Em meio às diversas competições, revelou-se as vacas campeãs do torneio leiteiro realizado na exposição. Com 20 vacas participando, a competição teve três categorias: maior produção de vacas adultas, maior produção de vacas jovens e torneio de aproximação.
Na categoria jovem, a primeira colocada foi a vaca Arkafla Rulia de Knox 2906, dos produtores Armando Carvalho Filho e Flávio Carvalho, a qual produziu uma média de 74 litros de leite por dia. Na categoria aproximação, baliza 60 litros, a vencedora foi Harm Tata Duke 5915, do proprietário Lucas Rabbers, com média/dia de 59 litros.
Todavia, o grande destaque do torneio foi a vaca Fini Renegade Beatrix. Durante a competição, ela registrou uma média de produção diária que superou a barreira dos três dígitos, chegando a produzir 102 litros de leite em um único dia. Número bem acima da média nacional e acima também da produção da região, já conhecida pela efetividade na produção leiteira.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a média nacional de produção é de 7 a 8 litros de leite por dia. De acordo com a Cooperativa Castrolanda, a média da região dos Campos Gerais, onde fica Castro, é de 30 a 40 litros de leite por vaca/dia.
“’É um número muito expressivo e com todo conforto, pois dentro do torneio não pode aplicar nenhum medicamento, somente o que a vaca consome”, explicou o gerente-executivo da Castrolanda Cooperativa, organizadora do evento, Eduardo Marqueze Ribas. Segundo ele, “na região [dos Campos Gerais], num raio de 40 quilômetros, são produzidos 1 milhão de litros de leite por dia”.
A vaca destaque
Fini Renegade Beatrix é uma vaca holandesa de cinco anos de idade. Ela foi criada pela Fazenda Agropecuária Fini (de Castro/PR). Diante da vitória, Hans Jan Groenwold – proprietário do animal e presidente da Associação Brasileira de Criadores da Raça Holandesa – creditou o feito à nutrição e ao manejo de alto desempenho. Para ele, trata-se de itens de suma importância.
“Eu sempre digo: não adianta você ter a vaca. A primeira coisa que você tem que pensar é na alimentação e no bem estar do animal. Então, quando têm tudo isso, adquirimos animais bons e temos um nível acima da média”, explicou ele.Para os cuidados com a campeã na modalidade adulta, havia quatro pessoas se revezando em turnos, durante os quatro dias de competição no Agroleite. Com comida fresca, higiene, fornecimento de água e temperatura adequada, ela recebeu três banhos por dia, que foram intercalados com a ordenha, monitoramento de ventilação, manejo rigoroso e controlado.
Regras do torneio leiteiro
Na competição, apenas uma pessoa era responsável pelas ordenhas. Todo planejamento, regulamento e execução das pesagens são de competência da equipe de assistência técnica de negócio leite da Castrolanda Cooperativa Agroindustria
Marcos Koch, coordenador da assistência técnica Castrolanda, explica que – nas categorias vaca adulta e vaca jovem – elimina-se a maior e a menor produção do total de 11 ordenhas, como forma de alcançar a média dos animais. Na torneio de aproximação, da primeira até a décima ordenha, também elimina-se a maior e a menor. Porém, neste último caso, soma-se com a produção da décima primeira para chegar à produção final do animal.
Antes da disputa começar, há um tempo determinado e cronometrado de preparação para os animais. Essa etapa compreende trazer o animal da cama, do box onde estava alojado até o local da ordenha e fazer a limpeza e desinfecção dos tetos. A ordenha propriamente dita dura 15 minutos. O leite é armazenado em latões específicos e próprios de cada concorrente. Depois, o produto é transferido pela equipe do produtor que cuida do animal para um latão oficial da pesagem.
Os torneios leiteiros sempre são avaliados em quilos (kg), sendo a pesagem equivalente aos resultados em litros. Após a etapa de pesagem, a coordenação da prova recolhe uma amostra de cada ordenha para o cumprimento de normas do regulamento, como a isenção de antibióticos. Essa amostra de qualidade acontece a cada ordenha e todas são analisadas antes de ir para um reservatório maior e comunitário, o resfriador, e para a indústria na sequência.
Uma das normas da competição descrita no regulamento é de que os animais não podem receber nenhum tipo de medicação durante o torneio. Por isso, as vacas são monitoradas 24 horas por dia por uma equipe da comissão organizadora para que todas as regras sejam cumpridas.
Fonte: Canal Rural