Produção vegetal cresce 14,2% em 2023, enquanto produção animal apenas 0,8%

Produção vegetal cresce 14,2% em 2023, enquanto produção animal apenas 0,8%

31 de março, 2023

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo, na última sexta-feira (25/03), que projeta um elevado crescimento para o setor agropecuário em 2023, após uma queda da atividade econômica setorial em 2022. De acordo com o estudo, a expectativa é de um aumento no valor adicionado (VA) da agropecuária em 11,6% neste ano. A produção vegetal deve crescer em 14,2%, enquanto a previsão para a produção animal foi revista de 1,6% para 0,8%.

Produção Vegetal

A participação da produção vegetal no setor agropecuário aumentou significativamente nos últimos anos, sendo responsável por cerca de 80% do VA. As novas estimativas para as produções de milho e café na safra 2023/2024 compensaram a revisão para baixo na produção de soja, mantendo o VA do setor com alta de 11,4%. Para este ano, a soja deve ter crescimento de 21,3%, o milho de 10,2%, e o café de 5,7%. As projeções para a produção de arroz e trigo, no entanto, são de queda de 6% e 13,8%, respectivamente.

Vale destacar que a produção vegetal passa por uma transição para um modelo mais sustentável e que isso pode agregar mais valor ainda com a consolidação do mercado de carbono.

Visando isso, uma iniciativa promovida pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), apresentada durante a Show Safra (24/03), em Lucas do Rio Verde, destacou o “Mercado de Carbono no Agronegócio”. 

Queremos tirar do papel esta oportunidade, escalonar de forma que seja acessível, viável e rentável, colocando o nosso Estado na vanguarda da realização do desenvolvimento da agricultura carbono neutro em larga escala, contribuindo para o desenvolvimento da produção sustentável no Mato Grosso, esclareceu a gerente de sustentabilidade da Aprosoja-MT, Marlene Lima.

Produção Animal

Por outro lado, a produção animal teve uma projeção menos otimista para 2023, justificada por uma desaceleração no crescimento da produção de suínos e na manutenção de um cenário adverso para a produção de leite. Isso levou a uma revisão para baixo nos dois segmentos: suínos (crescimento de 5% para 2,2%) e produção de leite (alta de 1,3% para queda de 1,4%). No entanto, as projeções atualizadas apontam avanços para bovinos (de 2,4% para 2,6%), aves (de 3,5% para 4,4%) e ovos (de 1,9% para 3,2%).

Sobre a desaceleração no crescimento da produção animal, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, avalia que o setor produtivo continua sofrendo com o aumento dos custos de produção, efeitos colaterais na economia causados pela pandemia, guerras e outras situações adversas. Segundo Geraldo, "a cadeia produtiva do leite sofreu e está ainda sofrendo efeitos, como alta generalizada nos custos de produção e instabilidade econômica gerada pela pandemia do Covid-19 e da guerra da Rússia e a Ucrânia no Leste Europeu, com novos efeitos que virão da crise internacional que afetou até o setor monetário da economia mundial, como bancos e outros agentes econômicos.“, avalia ele.

Para Geraldo Borges, se faz necessário combater a inflação com as altas taxas de juros observadas no momento e diminuir a elevada taxa de endividamento das famílias (79%). Ele considera também que os programas sociais destinados à classe de baixa renda são essenciais. “Esses problemas impactam o consumo de leite e principalmente seus derivados com maior agregação de valor, que são muito dependentes do desempenho da economia e da renda das famílias consumidoras. O decréscimo na produção de leite, observado no último trimestre de 2022, se deve a todos esses fatores, somados ao desestímulo causado à classe produtora, sobretudo aos aproximadamente 1 milhão de pequenos produtores de leite de todo o país que tiveram queda de preço pago à sua matéria prima preciosa que é o importantíssimo alimento, o leite.”, completa Geraldo.

Projeções para o Setor Agropecuário em 2023

O resultado previsto para o setor agropecuário em 2023 é condicionado, principalmente, à estimativa positiva para a soja. Até o momento, a probabilidade de que essa projeção permaneça em um patamar próximo de um crescimento de 20% é elevada. Entretanto, uma nova revisão da safra de soja no Rio Grande do Sul é o principal risco de uma redução na estimativa da produção brasileira desse grão em 2023.

Entre os demais produtos da pecuária, as projeções apontam para avanços na produção de bovinos, aves e ovos, com estimativas de alta entre 2,6% e 4,4%.

 

Fonte: Agronews

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