Preços pagos ao produtor catarinense de leite voltam a crescer

Preços pagos ao produtor catarinense de leite voltam a crescer

11 de julho, 2021

Em julho, os produtores catarinenses estão recebendo preços de leite superiores aos de junho. Essa tendencia de alta já havia sido sinalizada na última reunião do Conseleite de Santa Catarina, realizada no dia 25 de junho. Na oportunidade, o preço projetado de junho para o leite padrão foi de R$1,8191 por litro, valor 7% superior aos R$1,6994 de maio.

Os preços indicados pelo Conseleite em um mês acabam influenciando os valores que os produtores recebem no mês seguinte, porque são importantes referências nas negociações com as indústrias lácteas. “Já era esperado que os produtores catarinenses recebessem preços melhores em julho do que em junho”, destaca Tabajara Marcondes, analista da Epagri/Cepa.

Essa alta nos valores pagos aos produtores está diretamente relacionada à recente recuperação dos preços dos produtos lácteos no mercado atacadista, que - depois de atingirem o seu pico em setembro de 2020 - decresceram sensivelmente até o mês de fevereiro. “Neste período, o preço de referência do leite padrão teve uma redução superior a 15%, caindo de R$1,7994/l, em setembro de 2020, para R$1,5218/l, em fevereiro de 2021”, explica Tabajara.

Ele acrescenta que a recente recuperação nos preços dos produtos lácteos no mercado atacadista, principalmente nos meses de maio e junho, esteve diretamente relacionada com a redução da oferta nacional, decorrente do período da entressafra da produção leiteira brasileira.

Conseleite em Santa Catarina

Santa Catarina é um dos 6 Estados do país a contar com um "Conseleite", órgão que tem como principal objetivo realizar reuniões mensais para calcular e divulgar os valores de referência para a matéria-prima leite, bem como fazer a projeção dos preços do produto para o mês seguinte. “Esses valores são calculados a partir de uma metodologia transparente desenvolvida por professores da Universidade Federal do Paraná”, aponta o analista da Epagri/Cepa.

O Conseleite-SC foi instalado em 2007, o que faz dele o segundo mais antigo do país. O Paraná foi o pioneiro, com a criação do órgão em 2002. Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e Rondônia completam o rol dos Estados que contam com o Conselho.

O custo de produção do leite faz parte dos cálculos dos valores de referência para o produtor. Por isso, os Conseleites precisam ter custos de produção relativamente atualizados, o que é uma das atribuições das Câmaras Técnicas dos Conselhos. Em abril, o custo ponderado de leite calculado pelo Conseleite-SC ficou em de R$1,89/l.

É importante destacar que o cáluculo dos custos de produção de leite é uma missão tão difícil quanto importante para o produtor. São diversas variáveis a serem consideradas e controladas, para que o pecuarista saiba quanto investiu para produzir cada litro. Aliada ao valor projetado, essa informação fornece a ele a ferramenta adequada para negociar melhor com o mercado.

Produção em Santa Catarina

Estimativas apontam que, em 2020, Santa Catarina produziu 3,15 bilhões de litros de leite, 2,88 bilhões deles destinados para as indústrias lácteas. Os números mostram que, no ano passado, o estado catarinense respondeu por 11,3% do leite recebido pelas indústrias lácteas brasileiras. Esse desempenho coloca Santa Catarina como o quarto maior produtor de leite do Brasil, sendo que a região oeste concentra 80% de toda a produção leiteira do estado.

No início dos anos 2000, a produção catarinense de leite representava apenas 4% do total do leite industrializado nacionalmente. Tabajara relata que, até esta época, boa parte do leite produzido no Estado não ia para as indústrias inspecionadas, ficando para consumo das famílias dos produtores ou sendo vendido localmente.

Segundo ele, a partir dos anos 2000, houve um sistemático e expressivo crescimento na quantidade de leite comercializada para as indústrias, causado por uma série de fatores:  “o crescimento da demanda nos centros urbanos, as crescentes restrições à comercialização informal de leite, a tradição de produção leiteira na maioria das propriedades dos agricultores familiares, a necessidade de milhares dessas famílias buscarem renda em ‘novas’ atividades, a boa estrutura de organizações públicas e privadas de apoio ao meio rural, os investimentos das indústrias e cooperativas  lácteas, a boa competitividade da produção leiteira catarinense, entre outros aspectos."

Desde então, a cadeia leiteira catarinense só cresceu e - hoje - está consolidada e com ótimas perspectivas de seguir nessa evolução. “A atividade leiteira é das principais para o meio rural catarinense. É uma produção importante para os pequenos municípios, com repercussões socioeconômicas que transcendem em muito o meio rural”, finaliza Tabajara.

 

Fonte : Notícias agrícolas

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