Preços do leite ao produtor tem forte elevação e atingem recorde para o mês

Preços do leite ao produtor tem forte elevação e atingem recorde para o mês

30 de julho, 2020

Conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), o preço do leite ao produtor em julho atingiu R$ 1,7573/litro na “Média Brasil” líquida. Isto representa expressivas altas de 16,1% em relação ao mês anterior e de 25% frente ao mesmo período do ano passado. Cabe destacar que este é o maior valor registrado para um mês de julho e o segundo mais alto de toda a série histórica do CEPEA (desde 2004), atrás apenas da média de agosto/16 (R$ 1,7751/litro).

 

A forte elevação nos preços se deve à maior competição entre as indústrias de laticínios para garantir a compra de matéria-prima em junho. Tipicamente, as indústrias empenham esforços nesta direção antes de abril, prevendo que a captação caia nos meses posteriores. Porém, neste ano, as perspectivas negativas sobre o consumo nos médio e longo prazos - diante da pandemia - aumentaram o nível de incerteza em abril e diminuíram os investimentos das indústrias em estoques.

 

Com a reação no consumo (ancorada nos programas de auxílio emergencial), as vendas de lácteos se fortaleceram em maio e junho, reduzindo ainda mais os estoques. Diante disso, houve elevações significativas nos preços dos derivados lácteos em junho: de 17,7% no caso do UHT, de 23% para a muçarela e de 10,9% no leite em pó. No campo, a oferta restrita no mês passado resultou em disparada no valor do leite spot. Na média de junho, o preço do leite spot em Minas Gerais ficou 45% acima do de maio, em termos nominais, chegando a R$ 2,28/litro.

 

É importante ressaltar que existe uma tendência típica de aumento das cotações ao produtor entre março e agosto, devido à sazonalidade da produção. Neste período, a captação de leite é prejudicada pela baixa disponibilidade de pastagens, em decorrência da diminuição das chuvas no Sudeste e no Centro-Oeste. No entanto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do CEPEA registrou alta de 4,5% frente a maio na “Média Brasil”, puxado pelos aumentos de 10% no volume captado no Rio Grande do Sul, de 7% em Santa Catarina e de 7,4% no Paraná. Esta maior captação no Sul esteve relacionada às melhores condições climáticas e também à ampliação do fornecimento de concentrado e silagem, estimulados pelos elevados patamares de preços do leite.

 

Por outro lado, na compação com o ano anterior, os custos de produção leiteira estão maiores. Pesquisas do CEPEA mostram que, com o recuo nas cotações do milho em junho, o pecuarista leiteiro registrou melhor relação de troca neste ano frente ao cereal, sendo necessários 35,2 litros de leite para a aquisição de uma saca de 60 kg de milho. Para se ter uma ideia, em junho de 2019, eram necessários 24,9 litros por saca. Desta forma, o poder de compra do produtor de leite diminuiu quase 30% na comparação anual.

 

Fonte: CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

  • Como a vaca Jersey evoluiu para se tornar um fenômeno global

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Como a vaca Jersey evoluiu para se tornar um fenômeno global

  • Últimas vacas Jersey classificadas EX-96 e EX-97 nos Estados Unidos

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Últimas vacas Jersey classificadas EX-96 e EX-97 nos Estados Unidos

  • Raça Jersey quebra a barreira das 1.000 libras de gordura nos EUA

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Raça Jersey quebra a barreira das 1.000 libras de gordura nos EUA

COMPARTILHAR

CONTEÚDOS ESPECIAIS

Proluv
Top