CEPEA: Preço do leite ao produtor sobe 6% neste ano, mas custos de produção avançam 14%

CEPEA: Preço do leite ao produtor sobe 6% neste ano, mas custos de produção avançam 14%

29 de setembro, 2021

A competição dos laticínios pela compra de matéria-prima continua acirrada, resultando em um novo aumento nos preços do leite ao produtor. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, o valor do leite captado em agosto registou alta de 1% em relação ao mês anterior, atingindo R$ 2,3827/litro na Média Brasil líquida. Em termos reais, este valor está 2,5% acima da média registrada em setembro de 2020 e se consolida como novo recorde da série histórica do CEPEA. Desde o início deste ano, aliás, o preço do leite no campo acumula alta real de 6%.

O aumento das cotações do leite, no entanto, não tem se traduzido em maior rentabilidade para o produtor, pois a valorização no campo está relacionada às intensas altas nos custos de produção. Conforme o CEPEA, o custo operacional efetivo da atividade registra avanço de 14% desde o início do ano. Em um cenário de adversidades climáticas, a elevação dos custos de produção, sobretudo dos insumos ligados ao manejo nutricional (como concentrado e suplementação mineral), tem desestimulado investimentos na atividade e, consequentemente, impedido que a oferta se ajuste à demanda de forma mais rápida.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) avançou 0,89% de julho para agosto, puxado pelos aumentos no Rio Grande do Sul (4,2%) e no Paraná (1,6%). Vale lembrar, porém, que - no mesmo período do ano passado - a captação das indústrias consultadas pelo CEPEA havia crescido 3,88% (2,9 pontos percentuais a mais que atualmente).

Perspectivas do CEPEA

A demanda por lácteos não se recuperou como previsto e as negociações estão enfraquecidas desde a segunda quinzena de agosto. Com a matéria-prima mais cara e com dificuldades em realizar o repasse da alta no campo ao consumidor, as indústrias têm intensificado a concorrência na venda de derivados. Mas, a pressão dos canais de distribuição tem resultado em desvalorização dos lácteos, prejudicado a capacidade de pagamento dos laticínios. Além da demanda enfraquecida, o aumento das importações pode frear o movimento de valorização do leite ao produtor no próximo mês. Porém, tudo irá depender das condições climáticas e do volume de chuvas no período.

 

Fonte: CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

Foto: FAZU

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