O Ranking dos Maiores Laticínios do Brasil é uma iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (ABRALEITE), que recebe o apoio das seguintes entidades: CNA, Embrapa Gado de Leite, G100, OCB e Viva Lácteos. Com patrocínio exclusivo da ABS Brasil, a versão 2022 registra a marca de 26 anos de levantamentos ininterruptos, com a maioria das empresas participando desde o ano de 1997. 

Participaram do ranking 14 empresas de laticínios e cooperativas, duas pela primeira vez e a maioria delas presentes nos últimos 25 anos. Dessas, 7 são cooperativas e 7 são empresas privadas. Cinco empresas que integrariam esse ranking – Cemil, Italac, Lactalis, Vigor (Lala) e Tirol – foram convidadas, mas não responderam a pesquisa. A Italac, a Lactalis e a Vigor não vinham participando há alguns anos. A Tirol não respondeu nesse ano e a Cemil, convidada a participar pela 1ª vez, não se interessou em participar.

O levantamento de 2022 teve como um dos destaques a inclusão de duas novas empresas (CCPR e Davaca) com importante participação no volume de captação de leite.

Além da participação no ranking, a importância de novas empresas se dá como fator de ampliação da amostra que permite melhor segurança nos números gerados pelo levantamento, em especial os percentuais de variação nas variáveis de um ano para outro.

Com o objetivo de incluir todo ano novas empresas no levantamento, a ABRALEITE  está trabalhando para melhorar a qualidade dos resultados gerados.

O Laticínios Bela Vista ocupou, pelo terceiro ano consecutivo, a primeira posição no ranking com 1,566 bilhão de litros de leite captados em 2022, queda de 10,6% em relação a 2021. A UNIUM, Intercooperação de Lácteos das Cooperativas Frisia, Castrolanda e Capal, manteve o segundo lugar com 1,302 bilhão de litros.

Em 2022, a captação das empresas do ranking caiu 2,4%. Apesar dessa queda, percentualmente menor que a redução de 4,9% na produção apontada pela Pesquisa Trimestral de Leite divulgada pelo IBGE, o leite entregue diretamente por produtores aos 14 maiores laticínios cresceu 2,4%, contra uma queda de 16,7% no leite entregue por terceiros, perfazendo a queda total de 2,4%.

A captação das 14 empresas somou 8,403 bilhões de litros, representando 35% do total do leite sob inspeção no Brasil. Em 2022, o número de produtores cresceu 5,7% em relação ao ano de 2021, influenciado pela união da Embaré, Camponesa e Betânia (Alvoar Lácteos) que não existia em 2021. O tamanho médio das propriedades medido em litros/produtor/dia em 2022, teve queda de 3,1%, passando de 450 em 2021 para 436 em 2022.

“O ranking espelha a situação vivida no mercado em 2022 de redução na oferta de leite, comparativamente ao ano anterior, em decorrência da soma de diversos fatores dentre eles o clima, altos custos de produção nas propriedades leiteiras e das indústrias (efeito da pandemia e guerra no Leste Europeu) e queda no consumo. Esta situação de redução na oferta, e conseguinte queda na captação de leite pelos laticínios, não favorece nenhum dos segmentos do setor lácteo. O aprendizado desta situação é que, como trabalhamos com fatores que não temos como controlar, produtor e indústrias devem procurar (se possível em conjunto) ganhos de produtividade para que possam enfrentar situações semelhantes no futuro. Esperamos que os fatores de mercado não dificultem a consolidação de atores do setor leiteiro, como indústrias de laticínios e cooperativas, que são um elo de ligação da produção com a comercialização.” afirma Geraldo Borges, presidente da ABRALEITE.

Fonte: ABRALEITE – Associação Brasileira dos Produtores de Leite