A transição nutricional dos lácteos no Brasil

A transição nutricional dos lácteos no Brasil

27 de junho, 2023

Já tem algum tempo que o Brasil vem passando por um processo de transição nutricional. Esse processo se configura por um conjunto de transformações sociais, econômicas e demográficas que implicam em mudanças no perfil nutricional da população. Para avaliar melhor esse processo, a newsletter do Observatório do Consumidor (OC) desse mês traz uma análise mais aprofundada sobre o tema.

O Novo Guia Alimentar para a População Brasileira traz a classificação dos alimentos em 4 grupos: in natura ou minimamente processados, processados, ultraprocessados e ingredientes culinários. Os lácteos classificados como in natura ou minimamente processados são: leite pasteurizado, leite UHT, leite em pó e iogurtes sem adição de açúcar. No grupo dos processados têm-se os queijos. Os ultraprocessados, por sua vez, são: sorvetes, iogurtes e bebidas lácteas adoçadas e aromatizados, leite condensado, leite fermentado e o creme de leite. Por fim, a manteiga é considerada um ingrediente culinário.

Para avaliar se os consumidores estão atentos a essas diferenças de processamento propostas no Guia Alimentar e se há sentimentos diferentes de acordo com a categoria considerada, o OC analisou os grupos alimentares coletando 232.120 tweets que se referiram a estes alimentos no mês de maio de 2023. No períodos analisado, os alimentos ultraprocessados apresentaram o maior número de menções no Twitter. Importante ressaltar que o grupo de ultraprocessados conta com a maior quantidade de categorias de produtos analisadas (6).

O perfil e o sentimento dos consumidores

Foram realizadas análises de gênero e geração para os grupos alimentares selecionados. O padrão usual visto em análises anteriores do OC se repetiu: os homens se destacam como a grande maioria dos tweets sobre lácteos com 69% do total, enquanto as mulheres representam 39%. A geração Y forma também ampla maioria quando comparada às gerações X e Z. A geração Y representa 80% do conteúdo publicado sobre lácteos no período, a geração Z, 17% e, a Y, apenas 3%.

Para as duas variáveis de gênero e sexo, não se observou diferença significativa quanto ao padrão de tweets por grupo de alimentos.

A análise de sentimentos das postagens sobre as categorias de alimentos revela que os grupos de lácteos processados e in natura apresentaram maior número de expressões positivas, ambos com 75%. Foram observadas nos grupos distribuições relativamente parecidas, o que demonstra que não há uma grande variabilidade no sentimento do consumidor em relação aos derivados lácteos de diferentes grupos alimentares.

Opniões e preferências de consumo

O OC analisou as nuvens de palavras geradas a partir dos tweets relacionados aos grupos analisados. Conforme esperado, a nuvem de palavras apresenta referências às características principais dos produtos.

No grupo de ultraprocessados, observa-se palavras que remetem à indulgência gerada por esse grupo de alimentos, como: vontade, gosto, amo e quero. No grupo de processados, observou-se os tipos de queijos e alguns produtos que acompanham em refeições típicas como tapioca, frango, presunto e pão. Outro ponto a destacar é o alto número de palavras que remetem ao sentimento positivo do consumidor quanto ao produto.

Assim, o maior número de tweets associados com as palavras da nuvem remetem a indulgência. Destaca-se que o processo de transição nutricional em vigência no Brasil, no qual os consumidores aumentam o consumo de alimentos processados ultraprocessados e diminuem o consumo de alimentos in natura é observado também pela análise do Twitter.

 

Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)

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