Depois de ter passado muito tempo ordenhando seu grande rebanho do forma convencional, Paul Smith diz que a nova unidade robótica transformou totalmente sua fazenda, já que agora ele apenas “cuida” da tecnologia.

A fazenda de Smith fica em Mepunga, no sudoeste de Victoria, e ele trabalha lá há mais de 30 anos, desde que deixou a escola aos 15 anos para trabalhar com seu pai. Smith e sua esposa, Marsha, assumiram a administração da fazenda há 10 anos, alugando-a de seus pais.

“Atualmente estamos ordenhando cerca de 750 vacas, 90% das quais são holandesas, duas vezes por dia em um sistema totalmente baseado em pastagens. As vacas estão produzindo cerca de 8.000 litros, em 300 dias de lactação, e cerca de 600 kg de sólidos totais de leite”, explica Smith.

Seleção do plantel

Procurar em vários sites de empresas de genética os melhores touros para usar não é uma prioridade na agenda de Smith. Na verdade, se as características genéticas estimulam a movimentação e a alimentação das vacas, então é um direcionador.

“Não entro em genética, pois tenho muito pouco interesse nisso. No que me diz respeito, preciso de vacas com pés e pernas fortes, já que movimentamos nossas vacas até 5 km por dia em cada sentido”, diz ele. “Elas precisam de uma boca grande e larga para colher o máximo de grama que puderem. Essas são as características nas quais meu pai acreditava e que nos serviram bem. Acredito que se você construir um chassi forte, esse veículo durará muito tempo, embora uma coisa que estou querendo agora são mais úberes prontos para robôs.”

As vacas são criadas a base de pasto e permanecem ao ar livre em um único grupo de ordenha durante todo o ano. Há mais 2 funcionários em tempo integral na fazenda e Smith realiza ele mesmo toda a IA.

Alimentação das vacas leiteiras

“Nosso principal alimento é a grama no pasto”, disse ele. “A grama é nosso melhor e mais barato alimento. Também fornecemos uma ração na plataforma de ordenha, que é uma mistura de cevada triturada, milho e canola, além de alguns suplementos minerais.

“Após as vacas serem ordenhadas, elas saem direto para um grande comedouro, onde haverá até 40 fardos de silagem de capim para o lanche. Depois disso, eles seguem para o paddock.

“Eu mesmo realizo toda a IA, a partir do início de abril durante 6 semanas; daí usamos touros por mais 6 semanas. Então, para qualquer vaca que não emprenhar, fazemos uma repetição de 6 semanas em meados de novembro como uma segunda chance e para termos algumas vacas parindo durante o verão.

“Tenho dois funcionários em tempo integral. Craig está aqui há cerca de 30 anos e Eric há cerca de 4. Também temos usado temporários para aliviar a ordenha nos últimos 6 anos, mas com a instalação da nova ordenha, talvez não precisemos mais disso.”

O leite deles é comprado pelo supermercado Coles e tem alcançado preços recordes de cerca de 10 dólares australianos por kg de sólidos ou 0,70 dólares australianos por litro, mas – como em qualquer outro lugar – os custos também aumentaram.

Sistema de ordenha

Com tantas vacas para ordenhar e ocupando muito tempo, Smith decidiu investir em um novo sistema de ordenha de última geração. Anteriormente, ele operava um carrossel para 50 vacas, instalado em 1998, e ordenhava as vacas normalmente.

O novo sistema de carrossel robótico para 40 vacas

“Em outubro passado (2022), instalamos um [sistema de ordenha] GEA Dairy Pro Q, que é um carrossel totalmente robótico. É o primeiro desse tipo no hemisfério sul. Nosso sistema incorpora 40 robôs de ordenha GEA, com espaço para instalar outros 10, se necessário. Está funcionando fantasticamente bem e estamos extremamente felizes com isso”, diz Smith.

“Existem cerca de 60 desses sistemas em uso em todo o mundo atualmente, mas este é o único em um esquema de ordenha em lote em tempo integral, baseado em pastagens. Na realidade, é apenas um carrossel rotativo normal, com o benefício adicional da tecnologia robótica.

"Nós passamos de ordenhar 750 vacas duas vezes por dia de forma convencional, para uma máquina que faz isso por você. Além disso, você obtém todos os dados que a tecnologia dos robôs pode fornecer. Ela ordenhará confortavelmente mais de 200 vacas por hora e eliminará todo o trabalho e estresse associados."

Smith não tem planos de expandir suas operações no futuro. Em vez disso, ele deseja ajustar seu sistema para ter mais tempo com a família.

Mão-de-obra difícil de encontrar

Quanto aos problemas associados à ordenha de vacas na Austrália, Smith admitiu que é o trabalho que está paralisando o setor.

“Embora tenhamos excelentes funcionários a longo prazo, os produtores de leite daqui consideram quase impossível encontrar mão-de-obra local, uma vez que a geração mais jovem já não está interessada em trabalhos manuais”, afirma Smith.

“Acho que é por isso que teremos que pensar em tornar a pecuária de leite mais atraente no futuro. Coisas como robôs de ordenha e máquinas mais inteligentes podem ser o único caminho

 

Fonte: Dairy Global

Traduzido e adaptado pelo Canal do Leite

Disponível em: https://www.dairyglobal.net/farm-visit/first-robotic-rotary-makes-big-impression-on-australian-dairy/?utm_source=Maileon&utm_medium=email&utm_campaign=DG_REG_2023-08-24&utm_content=https%3A%2F%2Fwww.dairyglobal.net%2Ffarm-visit%2Ffirst-robotic-rotary-makes-big-impression-on-australian-dairy%2F&mlnt=d-obDA-2Tw0raZgzPC_tmCPwehr4OzVDsQYgjX4ZovMokscDNPeW0Q&mlnm=xqyWljDdl-E&mlnl=OZYCV8ieeVk&mlnc=o7beRoeU1xk&mlnch=o_n15MI7r8uoO_8DSu3YeQ&mlnmsg=JIv4k7Xvww5c_07805iOeA