Danone estuda deixar a Argentina em 2021

Danone estuda deixar a Argentina em 2021

25 de novembro, 2020

A empresa francesa Danone - líder em iogurtes, queijo cremoso e água mineral - está estudando se deve continuar na Argentina. A conclusão deve ser anunciada nos próximos meses, quando a matriz decidirá se a operação continuará, se procurará parceiros para melhorá-la ou se iniciará o processo de alienação de seus ativos.

"Estamos na Argentina há 25 anos, então sabemos que é uma montanha-russa", explicou Emmanuel Faber, presidente e CEO da Danone, sobre uma possível saída do país. Suas palavras levaram os fornecedores e clientes da Danone a tentar descobrir qual será o futuro da empresa. A resposta que encontraram é que tudo está em estudo, mas a conclusão sairá na primeira metade de 2021.

A queda no volume de vendas e a vinculação de "preços máximos" são mencionados pelos executivos locais, como obstáculos. Segundo o Jornal Clarín, este é o resultado de conversas que a Danone manteve com vários parceiros.

"Estamos reorganizando e remodelando a forma como trabalhamos na Argentina, com o objetivo de sair desta crise mais forte do que antes. Hoje, não acho que vamos sair da Argentina...Sair seria a última decisão.", continua Faber. "A questão é que na macroeconomia argentina vemos tração suficiente nos próximos anos...para criar a conexão entre nosso negócio argentino e o que eu penso ser necessário neste mundo do Covid-19, que é concentrar nossos esforços."

Porém, a Danone espera que os "esforços" levem a um certo caminho de rentabilidade. Faber reitera que deve haver oportunidades para o crescimento sustentado. "É por isso que não estou dizendo que a Argentina vai ser vendida. Mas, vamos rever várias opções. Temos parceiros lá. O que temos que garantir em breve é chegar a uma conclusão sobre (o que fazer) com esse ativo em particular."

A Danone iniciou uma parceria com a Arcor na Bagley Argentina S.A., para seu negócio de biscoitos. Mais tarde, Bagley e Arcor também entraram no pacote de ações da Mastellone Hermanos S.A., a fabricante da marca La Serenissima. A Danone tem uma relação comercial com a Mastellone desde o início de suas atividades no país e várias vezes a ajudou com uma injeção de dólares, em troca de manter diferentes negócios (como sobremesas) ou seu sistema de distribuição.

Os balanços da Danone na Argentina têm sido diferentes dos do resto do mundo desde 2014. A partir desse momento, parâmetros inflacionários elevados levaram a empresa-mãe a tratar a contabilidade de suas receitas argentinas de forma diferente do que o resto de suas operações internacionais. Esta situação foi superada em 2017, quando parecia que a filial local estava voltando ao normal e havia até mesmo números de crescimento. Mas, no ano seguinte, o balanço foi novamente modificado pela alta inflação. Outras subsidiárias de multinacionais também adotaram este esquema contábil.

A Danone sempre foi supervisionada por algum executivo francês. E os sucessos locais sempre foram a plataforma para os executivos argentinos migrarem para outras operações maiores e mais bem-sucedidas. Nesta fase, tudo é local e os que dirigem a operação são argentinos.

Como todas as empresas de consumo em massa, a Danone tem que recorrer à Secretaria de Comércio Interno na Argentina, para solicitar aumento de preços. Para o governo, os executivos da empresa lhes disseram que o consumo de laticínios e água mineral caiu (eles lhes disseram até 40%) e que eles precisam equilibrar com preços mais altos para seus produtos.

O outro negócio da Danone é a nutrição com alimentos específicos, mas a maior parte do negócio na Argentina se concentra em laticínios e água. O Yogurísimo é sua marca principal na primeira categoria e, em águas minerais, há as marcas Villavicencio e Villa del Sur.

 

Fonte: Clarín

Foto: Danone Longchamps em Buenos Aires

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