Custo de produção de leite desacelera e sobe 0,2% em junho

Custo de produção de leite desacelera e sobe 0,2% em junho

23 de julho, 2025

O custo de produção de leite, medido pelo ICPLeite/Embrapa, registrou elevação de 0,2% em junho (a metade do registrado em maio). A inflação de custos acumulada no primeiro semestre de 2025 atingiu 3,9%, com claros sinais de desaceleração do crescimento dos preços de insumos. A inflação anual também está desacelerando e acumulou 8,8%, entre junho/2025 e junho/2024. Entretanto, ainda se mantém elevada e disseminada nos diferentes grupos que compõem o ICPLeite/Embrapa.

Custos com alimentação concentrada volta a cair em junho

O grupo “Concentrado” teve queda de preços de -2,8% em junho, resultante da queda generalizada dos preços de rações e de farelos de soja, algodão e trigo, além de fubá. Pelo terceiro mês consecutivo este fenômeno ocorre, acumulando uma deflação de -6,3% para o grupo no último trimestre. O custo de “Minerais” não registrou variação de custos em junho.

Em sentido contrário, o grupo “Energia e combustível” voltou a se destacar na elevação de custos, como em maio, fechando junho 4,9% mais caro. Após três meses de queda, os custos com “Volumosos” subiram 2,4% e o grupo “Mão de obra” registrou aumento de 1,9%, puxado pela elevação da remuneração de diaristas. Os grupos “Sanidade e reprodução” e “Qualidade do leite” tiveram acréscimos respectivos de 1,1% e 0,9%. Os dados constam do Gráfico 1.

Vencida a primeira etapa do ano, os resultados mostram inflação de custos descendente, mas ainda elevada, acumulando 3,9% no semestre. Excetuando-se “Concentrado”, todos os grupos que compõem o ICPLeite/Embrapa acumularam variações positivas.

Dois grupos atingiram dois dígitos. “Minerais” registrou aumento de custos de 19,4% e “Energia e combustível” acumulou 12,8%. Dois grupos tiveram variação bem acima da inflação registrada no semestre: “Qualidade do leite” e “Mão de obra” registraram, respectivamente, 9,2% e 8,2% de aumento. Os grupos “Sanidade e reprodução”, com 3,7%, e “Volumosos”, com 1,6%, puxaram a taxa acumulada de inflação de custos para baixo. Os dados constam do Gráfico 2.

Os custos acumulados em doze meses atingiram 8,8%, em junho. Três grupos puxaram a inflação de custos para cima e acumularam dois dígitos, são eles: “Minerais” (22,0%), “Energia e combustível” (14,0%) e “Mão de obra” (12,1%). O grupo “Volumosos”, acumulando 8,2%, esteve no entorno da inflação anula de custos. Já “Concentrado”, “Sanidade e reprodução” e “Qualidade do leite” foram os três grupos que puxaram o acumulado do ICPLeite para baixo.

O Gráfico 4 mostra a variação mensal do ICPLeite/Embrapa ao longo de 2024. Ficou evidente que ocorreu um processo contínuo de aceleração de custos na produção de leite. Em 2025 esta tendência se suavizou, mas com os custos atingindo um patamar mais elevado.

 

Fonte: Centro de Inteligência do Leite (CILeite/Embrapa)

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