Mitos e verdades sobre o leite

Mitos e verdades sobre o leite

O QUE TEM EM UM COPO DE LEITE?

Comprovadamente um alimento completo, o leite é repleto de ricos nutrientes que garantem a manutenção da boa saúde de quem o consome. Dentre esses nutrientes podemos citar vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos e lipídeos que, juntos, contribuem de maneira satisfatória para a porcentagem diária de nutrientes que um adulto precisa ingerir.

CÁLCIO - O leite é considerado a melhor fonte de cálcio para todas as faixas etárias e, por isso, auxilia no crescimento saudável, bom funcionamento e reconstituição dos ossos e sistema esquelético, além de contribuir para reduzir o risco de fraturas e prevenir o aparecimento de osteoporose. Vale dizer, também, que o cálcio presente no leite é muito importante para a saúde dos dentes, contribuindo para reduzir os efeitos das bactérias causadoras de cárie e doenças da gengiva.

VITAMINAS E AMINOÁCIDOS - Os nucleosídeos, vitamina B12 e o triptofano presentes no leite contribuem de maneira significativa para a melhor qualidade do sono. O triptofano, em especial, é um aminoácido não fabricado pelo corpo que modula a produção de serotonina, neurotransmissor que dá a sensação de bem-estar. E a serotonina, por sua vez, é usada na produção de melatonina, o hormônio do sono. Como o triptofano está presente no leite, contribuiu para esse processo e é completamente eficaz para uma noite bem dormida.

PROTEÍNAS - As proteínas presentes no leite, tanto as do soro, quanto as propriamente ditas, possuem elevado valor biológico e contribuem para a manutenção da saúde, para o ganho de massa e para o crescimento saudável. Ricas em aminoácidos essências, auxiliam no sistema imunológico, possuem atividade antimicrobiana, protegem a mucosa gástrica e promovem diferenciação e proliferação celular, estimulando a secreção de enzimas moduladoras da resposta inflamatória. As proteínas também contribuem para redução da glicemia média e picos de glicose pós-prandial.

GORDURA - A gordura do leite, considerada por muitos nociva à saúde, possui efeitos benéficos importantes. Apensar de aumentar os níveis de LDL, também aumenta o HDL, chamado de bom colesterol. O HDL remove o LDL que pode se acumular nas paredes arteriais e provocar a formação de “placas adiposas”. Além disso, a gordura trans dos lácteos é produzida com uma reconfiguração de ácidos, incluindo o ácido linoleico conjugado (CLA) e o ácido vaccênico (VA), ambos comprovadamente benéficos para a saúde com efeitos na redução da porcentagem de gordura corporal, aumento da massa magra e potencial imunomodulador. Ainda sobre a gordura do leite, vale ressaltar que os fosfolipídeos protegem o desempenho cognitivo aliviando os efeitos do estresse

DEMAIS MINERAIS - Além do cálcio, o leite é rico em outros minerais como o iodo. E, de acordo com evidências científicas, o consumo de leite representa uma importante fonte desse mineral em mulheres com deficiência, além de contribuir para aumentar os níveis de hormônio tireoidiano e selênio. Vale dizer, também, que a associação de cálcio, magnésio e potássio, presentes no leite, contribuem para a redução da pressão sanguínea e incidência de derrame.

SORO DO LEITE COM PROTEÍNAS - O soro do leite contribui para melhorar as respostas imunológicas, antimicrobianas e antivirais, além de proteger a mucosa gástrica e o sistema cardiovascular. Os aminoácidos encontrados no soro atuam na recuperação dos músculos depois de exercícios físicos, contribuindo para a construção e fortalecimento da massa muscular.

ÁCIDOS GRAXOS - Os ácidos graxos do leite de vaca são convertidos em formas benéficas, tais como o ácido linoleico conjugado (CLA) que é reconhecidamente positivo para a nossa saúde, pois atua no controle do peso, redução da gordura corporal e fortalecimento do sistema imunológico.

MITOS & VERDADES

OS HUMANOS SÃO OS ÚNICOS MAMÍFEROS QUE TOMAM LEITE NA IDADE ADULTA! Também somos a única espécie que toma chopp, faz churrasco e que desenvolveu técnicas para a criação de bovinos e, assim, conseguimos incorporar o leite de vaca em nossa dieta. Quando o filhote se torna adulto, o desmame feito pelas fêmeas das diversas espécies ocorre não porque o leite deixa de ser adequado para a cria, mas sim para que o filhote passe a ingerir outros alimentos, e também para poupar energia da fêmea para um novo processo de gestação. Outro motivo é que o leite é um alimento muito nobre e seu custo é alto demais para que seja um ingrediente de ração animal.

MANTEIGA FAZ MAL À SAÚDE! Trinta anos depois da capa que anunciava “Colesterol: e agora, as más notícias”, a Revista Time dá o braço a torcer face às evidências que se acumularam nas últimas décadas e recomenda: “Coma Manteiga”. A matéria de capa da revista mostra, claramente, que médicos e nutricionistas que condenam o consumo de lácteos e carne estão errados. É verdade que a gordura saturada aumenta os níveis de colesterol LDL, que estão associados a maiores taxas de doença cardíaca. Essa é a maior evidência biológica que condena a gordura saturada. Mas, a gordura saturada também aumenta os níveis do chamado bom colesterol, HDL, que remove o LDL que pode se acumular nas paredes arteriais. Aumentar tanto o HDL quanto o LDL faz da gordura saturada um “lava-jato cardíaco”. Além disso, cientistas agora sabem que há dois tipos de partículas de LDL: algumas são pequenas e densas e outras são grandes e esponjosas. As grandes parecem ser, em sua maioria, inofensivas, e são elas que aumentam com a ingestão de gordura saturada. Por outro lado, a ingestão de carboidratos parece aumentar as partículas pequenas, que parecem estar ligadas à doença cardíaca, por se aderirem às paredes das artérias.

MANTEIGA É MUITO MELHOR QUE MARGARINA? André Veinert, nutrólogo do Hospital Villa-Lobos, de São Paulo, explica que a composição de ambos os nutrientes pode dar pistas sobre o que é mais saudável. “A margarina é um produto artificial, rico em gordura e cheio de aditivos. Além disso, é rica em Ômega 6, nutriente que se ingerido em grande quantidade aumenta os riscos de desenvolvimento de processos inflamatórios e doenças coronárias”, detalha o médico. Ainda segundo ele, “a margarina amplia também os riscos de câncer, por ser um produto totalmente industrializado e com aditivos como corantes e estabilizantes”, emenda. Já a manteiga, é rica em gorduras saturadas, que aumentam os níveis de colesterol LDL, associados a maiores taxas de doença cardíaca. Mas, a gordura saturada dos lácteos também aumenta os níveis do chamado bom colesterol, HDL, que remove o LDL que pode se acumular nas paredes arteriais. Aumentar tanto o HDL quanto o LDL faz da gordura saturada dos lácteos um “lava-jato cardíaco”. Além disso, os cientistas agora sabem que há dois tipos de partículas de LDL: algumas são pequenas e densas e outras são grandes e esponjosas. As grandes parecem ser, em sua maioria, inofensivas, e são elas que aumentam com a ingestão de gordura saturada. Por outro lado, a ingestão de carboidratos aumenta as partículas pequenas, que parecem estar ligadas à doença cardíaca, por se aderirem às paredes das artérias. Há uma terceira categoria de gorduras, que os médicos não recomendam de jeito nenhum: as trans. Como elas são obtidas por meio do processo de hidrogenação dos óleos vegetais, estão presentes apenas nas margarinas, exceto nas zero trans. A indústria costuma usar muito esse processo, pois ele aumenta a validade do produto e reduz a necessidade de refrigeração, o que acaba barateando o produto.

O LEITE AUMENTA A PRODUÇÃO DE MUCO RESPIRATÓRIO! O consumo de leite e outros produtos lácteos é, frequentemente, associado ao aumento da produção de muco, que pode causar congestão nasal, coriza e agravar quadros de sinusite. Mas, uma série de pesquisas publicadas em alguns dos mais conceituados jornais de pesquisa médica, não mostrou associação entre consumo de leite e aumento da produção de secreção nasal. Um desses estudos mostrou que pessoas que acreditavam que o consumo de leite iria aumentar sua produção de muco, apresentavam o efeito, mesmo quando consumiam um placebo à base de soja, com sabor idêntico ao do leite. Ou seja, a crença de que estavam consumindo leite é que fazia com que desenvolvessem os sintomas.

O LEITE CONTÉM HORMÔNIOS E ANTIBIÓTICOS utilização de hormônios (com exceção do hormônio do crescimento (GH), que não traz qualquer problema de saúde para o consumidor) é proibida em toda e qualquer atividade pecuária. Frango, ovos, carnes e leite não têm hormônio! Quanto aos antibióticos, embora sejam utilizados para conter infecções nas vacas, possuem períodos de carência, durante os quais o leite não pode ser comercializado. O leite passa por várias etapas de fiscalização, que consistem de testes e análises laboratoriais, desde que é coletado nas fazendas até quando é comercializado nos pontos de venda. E é justamente porque a fiscalização é extremamente eficiente que são divulgados casos de fraude, como ocorreu, recentemente, no Rio Grande do Sul, com formol. Quando alguma fraude ou adulteração é identificada, produtores e indústria são severamente punidos, além de terem suas marcas expostas em veículos de comunicação, que é a pior das punições.

HORMÔNIOS DAS VACAS GESTANTES PASSAM PARA O LEITE E PODEM PROVOCAR DOENÇAS! As vacas gestantes apresentam níveis elevados de estrógeno em seu leite no final da gestação. Por esta razão, surgiu uma hipótese de que esses hormônios poderiam causar alguns tipos de câncer e outros problemas reprodutivos relacionados ao consumo de leite. Mas, os resultados de uma pesquisa recente, conduzida na Eslovênia e publicada no Journal of Dairy Science, mostraram que esta suposição é infundada. Os pesquisadores observaram que o consumo de leite, contendo 10 vezes mais estrógeno que a quantidade presente no leite de vacas gestantes, não alterou os níveis sanguíneos de estrógeno, o peso dos órgãos sexuais e as concentrações de testosterona em ratos machos ou fêmeas. Na verdade, esses parâmetros só foram alterados quando os pesquisadores aumentaram em mais de 1000 vezes a quantidade de estrógeno presente no leite, em relação àquela encontrada em vacas gestantes, ou seja, uma condição impossível de ocorrer. Com isso, concluíram que o estrógeno presente no leite não chega à corrente sanguínea, sendo filtrado pelo fígado e excretado. Por isso, seu consumo não traz riscos potenciais à saúde do consumidor de leite.

O CONSUMO DE LÁCTEOS TEM RELAÇÃO COM A OCORRÊNCIA DE CÂNCER DE MAMA! O consumo de lácteos não tem qualquer associação com o risco de câncer de mama. Evidências de mais de 40 estudos de caso-controle e 12 estudos de grupo não mostraram qualquer evidência do papel da gordura dos lácteos na etiologia do câncer da mama. As pesquisas também mostraram que a ingestão, a partir de alimentos lácteos, de fator de crescimento semelhante à insulina tipo1 e de estrogênios biologicamente ativos, corresponde a uma quantidade mínima, em comparação com a secreção endógena diária destes fatores em mulheres. Além disso, o hormônio de crescimento bovino, presente nos lácteos, é biologicamente inativo em seres humanos. Por outro lado, o leite contém ácido rumênico, ácido vacênico, ácidos graxos de cadeia ramificada, ácido butírico, proteínas do soro do leite ricas em cisteína, cálcio e vitamina D; componentes que têm o potencial de ajudar a prevenir o câncer de mama.

O LEITE É FACILMENTE SUBSTITUÍDO POR OUTROS ALIMENTOS! É muito difícil consumir todos os nutrientes que você necessita sem incluir leite na sua dieta. Na verdade, o leite é a principal fonte de três dos quatro nutrientes que, a maior parte dos brasileiros, incluindo crianças, não consome em quantidades suficientes. São eles o cálcio, o potássio e a vitamina D, que são considerados, juntamente com a fibra, “nutrientes relacionados à saúde pública”. Vários estudos com adultos e crianças têm provado isso e mostrado como a falta desses nutrientes pode ter um impacto negativo na saúde. A verdade é que os chamados “leites vegetais” não possuem uma composição nutricional tão adequada quanto a do leite de vaca. Por exemplo, o leite de vaca possui 8 vezes mais proteínas que os “leites” de amêndoas e arroz que, por serem produtos industrializados, contém uma longa lista de ingredientes, incluindo açúcar (sacarose), xaropes, sal, espessantes e estabilizantes. Ou seja, o leite de vaca é muito mais natural!

O LEITE CONTÉM AÇÚCAR! O açúcar natural do leite é a lactose. A verdade é que o leite puro, seja ele integral ou desnatado, não tem adição de açúcar. Já os compostos lácteos para crianças contém flavorizantes, que conferem o sabor doce desses produtos. O grande problema disso é que as crianças formarão um hábito de consumo de alimentos doces, logo na primeira infância, e que poderá perdurar pelo resto de suas vidas. Ainda falando em crianças, a lactose é muito menos cariogênica que a sacarose (açúcar da cana), e o leite possui ainda substâncias que previnem a formação da placa bacteriana.

LEITE SEM LACTOSE EMAGRECE! Todos os produtos lácteos sem lactose (no lac, lac free) não são, de fato, sem lactose. O que ocorre é que, nesses produtos, a lactose é quebrada, previamente, em seus componentes formadores - glicose e galactose. Com isso, os indivíduos que têm a deficiência da enzima lactase podem consumir leite e derivados sem apresentar os sintomas característicos da intolerância à lactose. Sendo assim, não há nenhum sentido em consumir produtos sem lactose com o intuito de perder peso, já que a mesma está presente nos mesmos, só que digerida. Soma-se a isso o fato de que, consumindo os produtos lac free, o organismo deixa de gastar energia no processo digestivo da lactose. O leite, mesmo em sua versão integral, não é um alimento muito calórico, e suas proteínas propiciam saciedade, ajudando a controlar o peso. Mas, se você preferir versões mais leves, pode optar pelos produtos desnatados e semi-desnatados. Se você não tem certeza se é ou não intolerante à lactose, o ideal é fazer um exame laboratorial, e, somente em caso de diagnóstico positivo, passar a consumir os produtos sem lactose.

 

Fonte: Movimento Beba Mais Leite

Disponível em: file:///C:/Users/marce/Downloads/mitoseverdades.pdf

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