EUA: Vendas de sêmen de leite atingem mínima em 17 anos

EUA: Vendas de sêmen de leite atingem mínima em 17 anos

12 de abril, 2022

Com a inflação impactando todos os cantos de uma fazenda leiteira, incluindo os custos de alimentação das novilhas, as estratégias de criação estão tendo que ser ajustadas. Cada vez mais, os produtores americanos estão criando somente as novilhas de reposição necessárias para manter o nível de atividade. Por isto, não é surpresa que as vendas de sêmen de leite tenham atingido o menor nível em 17 anos nos Estados Unidos, caindo quase 7%, de acordo com os dados da Associação Nacional de Criadores de Animais (NAAB).

Com bezerros cruzados corte/leite (Beef on Dairy) gerando um fluxo extra de receitas para os produtores de leite, o número destes animais realmente disparou nos EUA. O relatório de 2021 da NAAB mostrou que as vendas de sêmen de touros de corte para uso em gado de leite totalizaram 8,5 milhões de unidades, um aumento de mais de 30% em relação a 2020.

De acordo com Lyle Kruse, vice-presidente de desenvolvimento da Select Sires, os criadores de gado holandês continuarão a priorizar o uso estratégico de sêmen sexado e Beef on Dairy devido ao aumento dos custos de reposição. Ele relata que a Select Sires viu, nos últimos 4-5 anos, um declínio nas vendas de sêmen convencional nos EUA, enquanto as vendas de sêmen sexado continuam a aumentar.

“As vendas totais de sêmen de leite também caíram”, observa ele. “Parte disso se deve à melhoria na eficiência reprodutiva dos animais (menos doses de sêmen necessárias por prenhez), mas o uso de sêmen de Corte no Leite está se aproximando de uma dose por vaca, o que claramente substitui o sêmen de leite”.

Baixas taxas de descarte

Com o aumento do uso do Beef on Dairy, a pergunta é: 'Teremos novilhas de leite suficientes para a reposição?' Kruse diz que já vê alguns rebanhos com uma taxa de descarte de 30% ou menos. 

Ele explica que, com base na pesquisa do Dr. Albert DeVries e do Dr. Chad Dechow, a taxa de reposição ideal de um rebanho para otimizar a produção e não prejudicar o progresso genético está entre 25-30%. “Ainda não chegamos lá, mas estamos indo nessa direção”, observa. “Para chegar lá, as fazendas precisarão de vacas longevas mais produtivas, saudáveis ​​e reprodutivamente aptas”.

No entanto, Kruse observa que a tendência de queda nos níveis de descarte ocorre há vários anos e espera que isto continue. Ele também afirma que, daqui para frente, isso levará os produtores a aprimorar seu foco de seleção genética usando índices que consideram mais fatores que afetam a longevidade.

Para ele, os produtores de leite começarão a se concentrar em aumentar a porcentagem de vacas mais velhas em lactação (terceira lactação e acima), de modo que o seu percentual seja igual ou superior a 40% do total de vacas em lactação.

“O gerenciamento do rebanho, o conforto das vacas e a utilização de tecnologia, como CowManager, para auxiliar em alertas individuais precisos de vacas para reprodução e gerenciamento de saúde também desempenharão um papel”, observa Kruse.

Embora ainda não estejam lá, Kruse acredita que é para isso que os produtores americanos estão se inclinando. “Também se adapta às nossas necessidades de cuidados com os animais e sustentabilidade para o futuro. A maioria dos produtores de leite dos EUA quer continuar a reduzir os custos de reposição do rebanho e obter renda adicional gerando mais bezerros de úteros que não são necessários para a gestação de novilhas para reposição”, diz ele.

Com a inflação recorde sentida de todos os lados em uma fazenda de leite, o ajuste fino do gerenciamento deve continuar e Kruse diz acreditar que a recria estratégica e o planejamento inteligente da reposição estão aqui para ficar. “Isso inclui o planejamento para o resultado mais lucrativo de cada gestação gerada, com base nas especificidades de cada vaca e novilha individual na operação”, observa Kruse. Assim, para ele, haverá uma mistura no uso de sêmen convencional e sexado de leite, sêmen convencional e sexado de corte, bem como de embriões.

Com base nas estimativas do USDA, Chuck Sattler, vice-presidente do programa genético da Select Sires, relata que o número de novilhas de reposição é relativamente baixo nos Estados Unidos. “Temos reposição suficientes apenas para descartar 31-32% das vacas leiteiras atuais e isso provavelmente aumentará a vida do rebanho e levará a um descarte menos forçado de vacas mais velhas”, afirma Sattler.

Kruse acredita que o mercado para vendas de sêmen de Corte para Leite (Beef on Dairy) continuará a aumentar até se estabilizar em cerca de 10 a 11 milhões de unidades vendidas por ano nos EUA. “Parte desse processo de decisão será impulsionado por mudanças na disponibilidade de gado de corte nativo, preços das novilhas leiteiras de reposição e preços de bezerros holandeses, bem como o nível de adaptação para embriões de animais de corte”, diz ele.

 

Fonte: Dairy Herd Management

Traduzido e adaptado pela Equipe do Canal do Leite

Original disponível em: https://www.dairyherd.com/news/business/dairy-semen-sales-hit-17-year-low-what-will-trend-be-going-forward

  • Como a vaca Jersey evoluiu para se tornar um fenômeno global

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Como a vaca Jersey evoluiu para se tornar um fenômeno global

  • Últimas vacas Jersey classificadas EX-96 e EX-97 nos Estados Unidos

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Últimas vacas Jersey classificadas EX-96 e EX-97 nos Estados Unidos

  • Raça Jersey quebra a barreira das 1.000 libras de gordura nos EUA

    Marcelo de Paula Xavier

    Editor do Canal do Leite, Administrador de Empresas e Mestre em Agronegócios

    Raça Jersey quebra a barreira das 1.000 libras de gordura nos EUA

COMPARTILHAR

CONTEÚDOS ESPECIAIS

Proluv
Top